Durante minha graduação em Sistemas de Informação, em 2012, me vi em uma conversa com amigos sobre a necessidade de um novo computador para acompanhar nossos estudos. O meu, já defasado, não atendia mais às necessidades acadêmicas.
Naquela época, eu e meus amigos éramos (ainda somos) aficionados por tecnologia especialmente pelas inovações da Apple. Aproximadamente um ano após a perda de Steve Jobs, a Apple estava prestes a lançar um novo MacBook Pro, algo que aguardávamos com grande expectativa. Sempre tive uma conexão especial com o Mac; talvez porque compartilhamos o mesmo aniversário - o Mac original foi lançado em 24 de Janeiro de 1984 –, ou talvez porque esse computador foi uma constante em minha vida, desde sonhar em possuí-lo até utilizá-lo profissionalmente.
A apresentação do novo MacBook Pro na WWDC de 2012 foi um momento emblemático. Lembro-me vividamente da clássica introdução da Apple: fundo branco, a música “Song (String Version)” do Kidstreet tocando suavemente, e então, Jony Ive, o renomado VP Sênior de Design Industrial, com seu inconfundível sotaque britânico, começou a falar. E uma frase sua ecoou em mim, embora na época eu não compreendesse totalmente seu impacto.
To create something that’s genuinely new, you have to start again. And I think with great intent, you disconnect from the past.
Essas palavras descreviam a ousadia da Apple em reinventar a estrutura do MacBook Pro - abolindo a unidade de CD/DVD, introduzindo SSD, uma inovadora tela Retina e novos processadores. A estrutura base do MacBook Pro, desde então, manteve-se, evoluindo com adições e modificações, tais como TouchBar, telas maiores, portas e etc, mas sem perder essência recriada em 2012.
Hoje, encontro um paralelo entre aquela frase e minha própria vida. Estou de mudança do Rio de Janeiro para São Paulo, uma transição significativa depois de uma vida inteira no Rio, onde conquistei sonhos e vivi por uma década no bairro dos meus desejos. Assim como a Apple se reinventou ao remodelar o MacBook Pro, estou me reinventando ao mudar de cidade e de vida.
A coragem de desconectar do passado e começar algo novo é um ato de fé tanto no mundo da tecnologia quanto na vida pessoal. Assim como o MacBook Pro evoluiu mantendo sua base intacta, também pretendo construir sobre a fundação do meu passado, levando comigo as lições e experiências, enquanto me abro para novas possibilidades e horizontes em São Paulo.
Este paralelo entre a inovação tecnológica e a transformação pessoal destaca uma verdade universal: o crescimento muitas vezes exige que deixemos o familiar para trás, mas ao fazê-lo, abrimos portas para novas formas de ser e de viver. E nesse processo de reinvenção, seja de um produto icônico ou de uma vida, a essência do que somos permanece, tornando-se o alicerce sobre o qual construiremos nosso futuro.
Caso queiram ver a apresentação: Introducing The MacBook Pro with Retina display