Reflexões entre Sombra e Luz

Pessoal
12 Jun 2013

Vivo na constante espera de um dia, como se por um toque de mágica, todas as minhas incertezas se dissolvessem no ar, deixando apenas a clareza que tanto anseio. Persisto nesse desejo de dialogar, ainda que no íntimo saiba que as respostas que almejo talvez jamais ecoem aos meus ouvidos.

Enraizada em mim, uma ira contra tantas coisas do mundo, mas, paradoxalmente, você permanece intocado por essa tempestade de rancor. E isso me enfurece ainda mais – a minha incapacidade de direcionar essa raiva até você. Posso me afundar em tristeza, me recolher em minha própria solidão, ou até mesmo escolher o silêncio, mas em meio à turbulência dos meus pensamentos, há lembranças vívidas de como nos conhecemos. Recordo-me da melodia da sua voz, do calor que irradiava cada vez que o telefone tocava e era você do outro lado da linha, trazendo o inesperado para o meu dia.

Saudades… Ah, como elas me consomem! Saudades das emoções que transbordavam, dos sentimentos que nos envolviam, da própria saudade que se fazia presente quando estávamos distantes.

Confesso que às vezes mentia, dizendo que você era previsível. Mas a verdade é que você era um enigma, um livro cujas páginas eu ansiava por decifrar. E eu, na minha transparência, talvez fosse previsível demais para você, um reflexo das minhas próprias inseguranças projetadas em nossa dança de sombras e luz.